quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Às vezes a morte chega...

...e desta vez chegou hoje logo no início do turno da manhã.
Um homem, o Sr. A., de 72 anos de idade. Não sei se tinha família. Trouxe-o o INEM para o hospital. Ficou com o diagnóstico de AVC Hemorrágico do Tronco Cerebral. Prognóstico de vida? Menos de 24 horas... Terrível...
Entrei às 8 horas e às 10 horas já estava declarado o óbito. Nem sequer tinha sido observado pela médica assistente. Estive sempre por perto a acompanhar a sua respiração que já era bradicárdica quando olhei a primeira vez para ele. Ausentei-me uns minutos para preparar a medicação e quando voltei já não tinha pulso palpável.
Uma morte é sempre uma morte, mas com este diagnóstico/prognóstico só posso dizer (e perdoem-me os mais sensíveis) ainda bem que morreu depressa. Não tinha outro destino, assim como qualquer um de nós.

1 comentário:

Gaivota disse...

Pois é, no nosso campo a morte nem sempre é o alvo a abater, muito embora, por defeito profissional, associamos quase sempre morte a fracasso. Todos temos um tempo e às vezes o que há a fazer é respeitá-lo.
Se este episódio te marcou, aconselho-te a leres de vez em quando o blog que tens linkado "Viver um novo fim". A Utília é minha colega de trabalho e uma excelente profissional no acompanhamento do moribundo e família. Se tiveres alguma questão põe-lha. Tenho a certeza de que ela te responde com muito prazer e será certamente uma boa ajuda.