sábado, 30 de dezembro de 2006

Grande estupidez que eu fui fazer!


Lembrei-me de fazer madeixas ruivas. Até aí tudo bem, o que correu mal foi ter dado ouvidos à cabeleireira que me fez madeixas...vermelhas! Odeio-as! Agora tenho que esperar uns dias para ver se fica melhor senão tenho que pintar o cabelo todo para tapá-las. Porra!!!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Odeio hospitais!

Sim, eu sei que é um contrasenso visto eu ser enfermeira mas sempre que tenho que me dirigir a um hospital como utente ou acompanhante não há paciência!
Hoje lá fui eu para a urgência com a avó que tinha uns edemas palpebrais tão acentuados que nem via. Coisa recorrente...ainda no dia 4 deste mês lá foi pelo mesmo mas resolver ninguém resolve nada.
Mas pronto...é tudo muito lento, tudo muito devagar, com calma, e ainda nos dizem que "não era caso para vir à urgência do hospital". Qualquer dia tenho-a em edema agudo e "não era caso para vir à urgência do hospital". Ora essa!
Já para não falar que isto de ser enfermeira não me dá benefícios nenhuns porque não me queriam deixar entrar mesmo sendo enfermeira.
Até para estar doente é preciso ter sorte...

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Vamos passar a "picar o cartão"

Segundo notícias fresquinhas do jornal da noite, o governo pretende que as instituições de saúde passem a ter "picas" para controlar os horários dos funcionários. Claro que houve contestações, segundo os apresentadores dos profissionais de saúde, mas cuiriosamente (ou não), os únicos que foram entrevistados a reclamar foram... a Ordem dos Médicos!
Porque é que os enfermeiros não se terão manifestado? Será que é porque entram sempre a horas e saem sempre fora de horas? Eu por exemplo, quando faço manhãs, entro às 8 horas e costumo sair entre as 16h30 e as 17h, quando o meu horário de saída é às 15h30.
Por mim podem pôr os controladores à vontade, pode ser que assim eu comece a sair a horas ou então que me paguem o tempo que lá estou a mais!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Somos tão namorados!

As prendas de Natal tiveram uma coisa em comum além do amor, foram ambas colocadas em sacos da Worten para que cada um não visse logo onde tinham sido compradas! LOL Tontos os dois...até nisto estamos em sintonia!

Agora vem o meu Natal!

Como já tinha sido publicado num post anterior de descontentamento lá fui eu às 15 horas de dia 24 de Dezembro trabalhar, com a certeza que do hospital só saíria lá para as 9 da manhã de dia 25. Obviamente tinha deixado bem explícito à minha nova família que Natal só seria a partir das 9 da manhã de dia 25 de Dezembro pelo que não queria presentes antecipados...mas não consegui resistir pois antes de arrancar com o carro, deu o meu presente pequenino ao meu menino, nada demais mas algo com muito significado para os dois (claro que não vou dizer o que é!).
Os turnos (tarde e noite) até nem correram muito mal, quer dizer, a tarde até não foi boa. Primeiro por uma questão de stock. Uma família muito zangada, com palavras ofensivas ao coração de um profissional que afinal de contas também é um ser humano. Isto tudo porque a responsável pela reposição de stock não fez o seu trabalho e quem está a trabalhar diariamente e dá a cara pelo serviço é que ouve o que não gosta (muito poucas vezes ouve o que gosta mas compensa sempre). A família tinha toda a razão do mundo...mas qualquer resposta que eu tivesse para dar não servia (nem a eles nem mesmo a mim). É impensável para qualquer pessoa que o maior hospital do país não tenha o que os doentes precisam; coisas básicas como um saco de nefrostomia ou vitais como uma ampola de furosemido. Impensável!
Esta foi só a primeira chatice...tentar explicar a uma família de alguém que está a morrer que não podemos fazer o que queremos fazer (mas sobre isto irei falar um dia destes com mais calma).
Lá fomos fazendo as coisas (rotinas) até que a D. A. no meio de um aerossol teve uma paragem respiratória! Horrível! Odeio situações de stress! Nunca sei que fazer, nunca funciona nada! Toca a correr para o telefone para chamar a urgência interna enquanto a minha colega começa a ventilar a doente e correr para trazer o carro de urgência... Confusão, stress, lixo, fios, agulhas, soro, oxigénio, aspirador...e a D. A. estabiliza e é transferida para a UTIC. Mas pronto como disse a médica de UI nestas alturas acontecem sempre coisas destas. O que interessa é que recuperou bem e daqui a uns dias volta para o internamento. Azar dos azares a doente tinha alta prevista para o dia seguinte...
A noite correu bem...entraram doentes (este mês a moda é a intoxicação com varfine) e tivemos o nosso jantar de natal...sossegado, sem grande algazarra como se fosse em casa mas como o mesmo amor e calor porque afinal de contas ali dentro somos também uma família. Queridas colegas aquelas que no calor das suas casas e famílias se recordaram de nós e ligaram a desejar um Bom Natal. Obrigada lindas, foi comovente!
Passou...até com humor pois alguém (eu!) se lembrou de pôr na cabeça às tantas da manhã uns cornos de rena!!!!! Sorrisos e risos bons!
De volta a casa...ups...a casa dos pais no namorado (se bem que para mim já é a minha casa), o calor de um bom banho para tirar o cheiro do trabalho, uma lareira acesa e o amor e carinho de uma família pronta para me dar um Natal com prendinhas embrulhadas e tudo!
Foi lindo...e chorei porque o menino colou papéis com mensagens em todos os embrulhos... Foi um amor!
Não tive a minha família velha no dia de Natal mas tive a nova, aquela que eu escolhi, e hoje, dia 27 estou em minha casa, cheia de frio é bem verdade porque no meu verde minho a vida é mesmo assim e até sei escrever no portátil com luvas, mas estou de volta a casa pronta para ter outro Natal.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Porra!

Só me lembro de dizer f***-**!!
Ia eu muito sossegada na 2.ª circular a caminho de casa para descansar porque vou fazer noite e de repente só oiço puuuummm!! Obviamente tinham-me batido por trás.
Saio do carro já a dizer palavrões por tudo quanto era lado (não fosse eu uma mulher do norte) e vejo que é um velho! Que treta!
Feito estúpido em vez de se deixar estar no sítio do acidente tirou o carro e pô-lo à minha frente. Eu como nunca tive nenhum problema destes e o velho já estava mais desorientado que sabe-se lá o quê, tive que chamar a polícia que só apareceu 45 minutos depois e foi-se logo embora (mas pelo menos ensinaram-me a preencher os formulários).
O homem tem 75 anos, tive que lhe preencher eu os formulários que ele não sabia...concluindo...já não devia era ter autorização para conduzir.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

De volta à enfermagem. Como quem diz, de volta ao trabalho.

Depois de - deixa cá ver... - 17 dias de férias hoje volto a ser enfermeira. Lá vou eu para o turno da tarde. Acho que preferia ter ido fazer manhã, estou aqui em casa a pastelar e a esperar pela hora de sair de casa para ir trabalhar. Que seca! Ainda por cima está a chover.
Sempre disse que não me conseguia ver num trabalho das 9 às 17 mas às vezes trabalhar por turno é complicado (principalmente quando a cara metade tem horário das 9 às 17 - supostamente!). É chato trabalhar "fora de horas" e aos fins de semana quando podia estar a namorar e não estou porque tenho que trabalhar. Enfim...estou aqui a queixar-me mas a verdade é que adoro o que faço e já tinha saudades. Passei estes dias a pensar nas pessoas que ficaram internadas quando saí. Será que ainda lá estão? Como estará a D. O?

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

O cheiro das cores


Há momentos supérfluos em que descobrimos coisas fantásticas...

Hoje ao lavar o meu cabelo reparei que descobri (pelo menos a mim fez-me sentido) o cheiro da cor castanho. Pois é, o amaciador desta marca "cheira-me" a castanho.
Se um dia um cego me perguntar como cheira o castanho acho k lhe vou dar a cheirar este amaciador.
Experimentem procurar cheiros para as cores e...digam-me!

Como foi o fim de semana?

O fim de semana foi lindo! Romântico...quentinho...cheio de sorrisos... Maravilhoso. É para repetir!
Aconselho a todos os casais a investirem num fim de semana a dois...uma escapadinha...vá para fora cá dentro...

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Ajudem a terminar a guerra

Entrem no site http://www.globalorgasm.org e leiam o que os autores se propõem a fazer em prol da paz mundial... Não é mau pensado, não custa dinheiro, faz bem à saúde e, simplesmente, é bom!
Eu pretendo ajudar... ;)

Do mal o melhor

Boa notícia! Continuo a ter que trabalhar 16 horas no dia de Natal mas pelo menos vou trabalhar com alguém com quem gosto e que é uma querida. Obrigada Chefe D

Estar em férias...

Enquanto se é estudante as férias sabem a férias mas agora como trabalhadora as férias sabem-me a solidão. Forçada a tirar férias (por condicionamentos do contrato), quando mais ninguém tirou férias resolvi ficar uma semanita em Lx e a semanita seguinte na terrinha. Bem...qualquer das ideias foi péssima!
A semana em Lx foi terrível. Com toda a gente a trabalhar não podia desencaminhar ninguém para passear e sem dinheiro para gastar também não me apeteceu muito sair e olhar para aquilo que não podia comprar. No fim de semana anterior planeei tudo mas não me serviu de muito porque não fiz nada do que tinha planeado, principalmente ir ao ginásio. Tanto tempo livre para ir e como diz o meu mais que tudo aproveitei-o para fazer birra e pensar em coisas que não têm jeito nenhum. Enfim...gaja complicada, complicadíssima!
A semana no meu Minho também não foi muito produtiva... Fartei-me de dormir isso sim! Mas não li nada tendo eu trazido uns quantos livros para me entreter.
Desde que terminei o curso e isso só foi há 4 meses, sinto-me a estupidificar, mas também verdade seja dita não tenho feito nada para não me sentir assim, muito pelo contrário só tenho alimentado esse sentimento. E porque faço eu isso? Não sei...

As férias estão a terminar e eu de regresso a Lx. Devido à crise relacional que se instalou ha umas semanas a V muito querida arranjou uma promoçãozinha e lá vamos nós passar um fim de semana romântico ao Alentejo... Vontade há muita que eu bem sei... Preciso de força para recomeçar e, neste momento, só nele consigo encontrar essa força... Esperemos... Depois conto...ou não!

sábado, 25 de novembro de 2006

Odeio-a!

O mau de uma relação (amorosa) é que existem posteriormente à nossa chegada os amigos. neste caso, a amiga. Embirrei com ela desde o primeiro momento, nem lhe dei uma oportunidade mas já sabes que sou assim...tenho um sentido (não o sexto) que não me deixa gostar nem dar primeiras oportunidades a algumas pessoas. Coisas minhas, bem cá do fundo da alma e do coração. Mas não gosto dela e como já te disse que faço questão de não gostar. Porquê? Porque te rouba de mim. Porque demonstras uma enorme ansiedade em vê-la e não demonstras tanta vontade e saudade quando não me vês a mim, ou quando venho uma semana "à terra" visitar a minha família. Odeio-a simplesmente porque lhe dás a ela algo que nunca me vais dar a mim. Porque eu sou apenas a namorada, a que faz birras, a que paga pelo passado, a que pensa demasiado no futuro. Ela não, ela não te faz zangar nem perder a cabeça... Ela é perfeita.
Mas quando não estás bem e até aceitas companhia...sou eu que estou lá!

Ainda agora saiste com ela e não me disseste nada. Estranhamente ou não, como estavas muito calado e já algum tempo que não respondias aos meus sms's, resolvi mandar-te a perguntar se ias sair. Alguns minutos depois respondes "vou tomar café com a tua arqui inimiga". Como é que eu adivinhei? E depois ainda ficas zangado comigo por eu dizer que já sabia e que fico triste por me omitires isso.
Nunca te vou pedir que escolhas uma de nós porque além de saber que isso não se faz a ninguém sei bem qual seria a escolha, o que me leva a levantar algumas (grandes) questões quanto aos teus sentimentos. O amor não devia ter momentos destes. O amor é na verdade um grande engano. É verdade que trás muitos momentos bons, de pura felicidade e perfeição, mas também trás muitos momentos de tristeza, dor e desilusão.

Odeio-a simplesmente porque põe o nosso amor em risco...todos os dias (e tem ela namorado, que seria se não tivesse?!).

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Crítica Literária I

Digam o que disserem da nossa escritora portuguesa Margarida Rebelo Pinto e do seu estilo literário, devo confessar que me sinto apaixonada e rendida às páginas desta sua composição. Simplesmesmente genial! Diz o que todas as mulheres gostariam de poder dizer. Afinal de contas face ao amor somos todas iguais...desejamos todas o mesmo: ser amadas!

Cada fim de semana...

Cada fim de semana trás mais luz ao meu olhar,mais ar à minha vida. E quem é o "culpado"? TU meu amor...Adoro todos os momentos que passamos juntos até ao último segundo!Dizes sempre que tens isto e aquilo para fazer, trabalhos do trabalho ou do hobbie mas a verdade é que o teu tempo é sempre meu... Vês tudo no meu olhar e acho que é através dele que poderei tentar agradecer-te, já que não há palavras nem silêncio que chegue para dizer-te o quanto te amo e o quanto te quero ao meu lado até ao fim dos meus dias.Adoro quando estás a trabalhar no computador e deixas que te abrace. Deixo cair o meu corpo no teu ombro e abraço o espaço que o teu corpo ocupa... É tão bom!E quando me deito quer seja para dormir, ou simplesmente para ver TV e te aproximas para me aconchegar, suavemente mas com convicção, suavemente mas com toda a tua força pronto para me proteger de qualquer estupidez que o mundo se lembre de fazer contra mim! Fazes-me sentir uma menina muito muito pequenina, mas muito muito à vontade com a vida, porque contigo ao meu lado sei que o que quer que seja que aconteça de mau não vai ser dificil de ultrapassar porque como dizemos "o importante é que estamos juntos". Não entendes muito bem esta minha adoração por ti mas...sem ti sinto-me verdadeiramente sem norte...desnorteada como se diz normalmente. És o ar mais puro que alguma vez respirei e quero respirar-te o resto da minha vida!

As injustiças para quem trabalha

Comecei a trabalhar há quase 4 meses e trabalhando eu numa profissão em que nas 24 horas do dia os serviços têm que ser prestados - para não continuar a alimentar dúvidas sou enfermeira - era mais que certo que sendo novata ia ter que trabalhar no Natal. Tudo bem, até já estava convencida e a família avisada (convencida nem tanto). Na boa, tem que ser, tem que ser! Mas hoje que até devia ser um dia perfeito porque entrei de férias (coisa que já nem sei o que é desde o Verão de 2005), fiquei triste e zangada. Fui chamada ao gabinete da chefe para ser informada que iria trabalhar não só na tarde de 24 de Dezembro como também a noite de dia 25 de Dezembro. Para quem não está a par dos horários de trabalho dos enfermeiros isto é assim: começo a trabalhar às 15 de dia 24 e só termino às 9 de dia 25!!! Lindo! Sim, não ia estar de qualquer forma com os meus pais e a minha avó mas porra!!!a sogra já me tinha convidado para passar o Natal lá em casa! Se eu não gostasse dela ainda era naquela, mas eu até adoro a mulher!! Fiquei lixada mas não me serviu de nada, nem vai servir. Diga eu o que disser vou ter que levar com os turnos porque nessa altura ninguém os troca de certeza. Só me resta esquecer que há Natal e respirar muitas vezes durantes estas minhas próximas 3 semanas de férias.

A Bela e o Monstro

Nada melhor como as histórias infantis, contos de fadas, para dar lições às mulherzinhas! Deixem-me falar-vos d'"A Bela e o Monstro"...há tantas por aí! Não, não me estou a referir ao facto de as mulheres serem belas e os homens autênticos "Frankenstein's" (e bom exemplo disso são os casalinhos de jogadores de futebol com top models e afins!). Quero referir-me ao facto de muitas queridas senhoras (onde eu me incluo) ainda continuarem a achar que se amarem muito um homem o podem tornar perfeito. Balelas senhoras! Mentira! Uma mentira tão grande como aquela em que dizemos que o que conta não é o tamanho mas sim o que se faz com ele! Pois, tá bem! Os homens não mudam! E nós também não! Não vamos achar que somos melhores porque não somos, na verdade somos até muito iguais. Sim, vão-me dizer que abdicam de muita coisa para os fazer felizes e blá, blá, blá...mas só o fazem para depois poderem fazer chantagem com isso. Digam lá se não é verdade!E não penso que estou para aqui a ser machista, muito pelo contrário. Ao escrever e pensar estas palavras estou a dar sermão em mim mesma porque também eu sou assim. Se pensarem bem até estou a ser bastante feminista; deixemos de ser hipócritas! Nem nós precisamos deles, nem eles de nós! Ninguém tem que mudar...estamos a esquecer-nos do que é realmente o AMOR. O amor não é obviamente perfeito, nem tem que o ser...mas para haver amor não temos que querer mudar o outro, porque se o mudarmos já não será o mesmo, será igual a nós e por mais egocêntricos que sejamos, talvez nem o Hitler quisesse ter outro igual a ele (a competição seria brutal!). Pensem nisto..mulheres e homens...

Injustiças

A vida é assim mesmo...um devir de injustiças de toda a natureza...A injustiça que me calhou foi a de levar com uma orientadora de final de curso que não orientou...chegada ao fim do Curso de Licenciatura em Enfermagem com o Trabalho de Investigação terminado, que é talvez o trabalho mais importante e ponto mais importante do curso, só lamento ter que ouvir dizer a orientadora que ainda não teve tempo de ler o trabalho, quando o que era suposto era que o tivesse lido antes de ter sido entregue para terem sido feitas as alterações por ela indicadas. Concluindo: o trabalho apresentado é obra e suor de três estudantes que tiveram o azar de "levar com" uma senhora que não teve tempo para a Licencitura dos seus alunos, isto é, não teve tempo para fazer o que lhe pagam...Este é o País que temos...o país dos empregos e não dos trabalhos...Lamento muito não ter nascido 2 km ao lado (era espanhola!)

Susana Marinho 27.06.06

Parece anedota mas não é!

Depois de mais um dia de turno e uma ida à bela da Reunião da Pastoral por causa da também bela benção das fitas ainda fui à escola mandar o belo do trabalhinho...até parece que a vida é bela! bem...mas isto tudo só pra contextualizar... tava eu a cuscar a caixa das fitas (da benção) aparece-me a Prof. Toletti(deixem-me contextualizar novamente...orientou o meu estágio de psiquiatria) e diz..."tá tão gira! tá apaixonada?" ri-me e disse "não! decidi foi não estar!!!" depois disso recebi um sorriso e um pequeno comentário "não sabem dar valor ao que têm" a sra é da psiquiatria e conhece-me particularmente bem...por isso...não tenho mais nada a dizer...os lesados que se manifestem...eu já não o faço mais...

Homenagem ao padrinho pensador

Só podia ser Pessoa! Encarar a vida de frente e, sem ser pessimista, dissecá-la na sua realidade nua e crua... a dura mas eternamente presente ausência do Ser Humano durante a sua (demasiado) curta existência. Afinal compreendemos que a verdadeira amizade pode aportar uma enorme dose de tristeza; que o verdadeiro amor (se realmente existe), além de egoista, pode significar problemas; que as certezas de hoje serão as dúvidas de amanhã; que a alegria é como a existência: apenas um momento no tempo que desaparece num ápice! Aqui chegados reflectimos sobre a "inutilidade do sofrimento": sofremos por tudo! Na escola, no trabalho, em casa, etc, etc, etc. E, apesar das nossas (pequenas) victórias pessoais, sejam elas obtidas em qualquer área, sabem sempre a pouco. É este o "sabor amargo" (sem pretender aspirar a filósofo) que a vida nos deixa ao escapar-nos por entre o desfiar ininterrupto dos ciclos naturais que o homem convencionou rotular de anos. Restam as recordações: as memórias dos sorrisos espontâneos e despreocupados de outrora, as correrias loucas determindas pelo excesso de energia e tantos episódios únicos que integram o nosso livro das "vivências pessoais" e que de nada serve a mágoa, pois "recordar é viver"...

By Carlos Marinho (Arqueólogo)

Aos amigos (também de Fernando Pessoa)

Um dia a maioria de nós irá separar-se.

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo....

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?"
Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto! -"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......

Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrimas abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo..... Por isso, fica aqui um pedido desta humilde amiga: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

Um pensamento numa noite de insónia


As fantasias e os sonhos são a forma que temos de acreditar todos os dias que vale a pena viver para morrer

Fernando Pessoa (versão brasileira)

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o!
Quem você ama?
Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milénio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se o achares, segura-o!
"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".

Fernando Pessoa

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente! ...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder ... para me encontrar ...

Florbela Espanca, Charneca Em Flor (1930)