Só podia ser Pessoa! Encarar a vida de frente e, sem ser pessimista, dissecá-la na sua realidade nua e crua... a dura mas eternamente presente ausência do Ser Humano durante a sua (demasiado) curta existência. Afinal compreendemos que a verdadeira amizade pode aportar uma enorme dose de tristeza; que o verdadeiro amor (se realmente existe), além de egoista, pode significar problemas; que as certezas de hoje serão as dúvidas de amanhã; que a alegria é como a existência: apenas um momento no tempo que desaparece num ápice! Aqui chegados reflectimos sobre a "inutilidade do sofrimento": sofremos por tudo! Na escola, no trabalho, em casa, etc, etc, etc. E, apesar das nossas (pequenas) victórias pessoais, sejam elas obtidas em qualquer área, sabem sempre a pouco. É este o "sabor amargo" (sem pretender aspirar a filósofo) que a vida nos deixa ao escapar-nos por entre o desfiar ininterrupto dos ciclos naturais que o homem convencionou rotular de anos. Restam as recordações: as memórias dos sorrisos espontâneos e despreocupados de outrora, as correrias loucas determindas pelo excesso de energia e tantos episódios únicos que integram o nosso livro das "vivências pessoais" e que de nada serve a mágoa, pois "recordar é viver"...
By Carlos Marinho (Arqueólogo)
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